
As três primeiras etapas do Samsung Galaxy Championship Tour em 2016, circuito mundial de surf profissional, organizado pela World Surf League, se comparadas aos últimos cinco anos está, até o momento, sendo um tanto quando exótica. Taj Burrow se aposentou, Mick Fanning não vai correr o circuito, Kelly Slater na 25ª posição, Matt Wilkinson venceu as duas primeiras etapas e lidera o ranking 2016. Essas são apenas algumas da evidências que tornam a minha máxima uma verdade.
Para a torcida brasileira, acostumada nos últimos dois anos a ver só vitórias brazukas, algo diferente paira no ar. A primeira delas foi a contusão de Filipe Toledo, na primeira etapa do ano. Podemos citar também as atuações, um tanto quanto apagadas, de Adriano de Souza e Gabriel Medina. Por outro lado, olhando para a versão positiva da moeda, os brasileiros assistiram até aqui uma performance surpreendente do capixaba Ítalo Ferreira (foto acima). Com duas semi-finais na bagagem em 2016, o jovem surfista do circuito, considerado revelação do ano em 2015, ocupa atualmente a terceira posição do circuito.

Porém, se o circuito tem fatos diferentes, outras coisas não mudam. Uma delas é o complexo vira-lata da torcida verde e amarela. O que mais li em grupos das redes sociais nos últimos dias foi “garfaram fulano”, “garfaram ciclano”. Ora, não estou aqui pra defender a WSL, mas até o momento “De Souza”s, “Toledo”s e “Medinas”s venceram e o surf brasileiro era imbatível. A partir do momento em que nomes como Matt Wilkinson e Sebastian Zietz (vencedor do Drug Aware Margaret River Pro, foto acima) começam a vencer estamos sendo garfados? Na minha opinião falta parte da torcida começar a entender de que o surf nacional, vencedor até aqui, precisa começar a surfar de verdade. No estilo Ítalo Ferreira.
Confira abaixo os melhores momentos da final entre o campeão Sebastian Zietz e o australiano Julian Wilson em Margaret River.
Analisando a performance dos brasileiros, de cima para baixo temos:
– A já performance surpreendente de Ítalo Ferreira, que chegou até a semi final, contra o havaiano e campeão Sebastian Zietz, merece destaque. Dentro os muitos feitos que esse capixaba aprontou nesta etapa está a nota 9,13 (vídeo abaixo), conquistada pelo atleta nas quartas de final, contra o norte-americano Kolohe Andino.
– O paulista Caio Ibelli chegou até as quartas de final da competição. A melhor bateria de Ibelli (vídeo abaixo) na prova aconteceu no round 3, contra o havaiano John John Florence, que inclusive, ultimamente tem ficado bem apagado no tour.
– Na sequência, o melhor brasileiro dentro da água foi o campeão mundial de 2014: Gabriel Medina. Isso não quer dizer que esse resultado seja positivo. Medina atualmente ocupa a 18ª posição do ranking e um 9º lugar conquistado em Margaret River é o melhor resultado do atleta até o momento nesse ano. Na prova, a melhor atuação de Medina foi no round 1, infelizmente (vídeo abaixo).
– No round 3 da competição, a torcida brasileira amargou, infelizmente, derrotas eliminatórias para o tour 2016. Miguel Pupo sucumbiu contra o vice-campeão da prova: Julian Wilson (vídeo abaixo).
– O atual campeão mundial de surf, Adriano de Zouza, perdeu para o novato italiano Leonardo Fioravanti (vídeo abaixo) no round 3.
– O também paulista no tour, Wiggolly Dantas se manteve firme até a oitava bateria do heat 3 (vídeo abaixo).
– A bateria de número 12 do round 3 foi entre Ítalo Ferreira e Alejo Muniz, com derrota para o ex-recém-contundido Aleho Muniz.
– Por fim, na repescagem (round 2), uma disputa entre entre Caio Ibelli e Alex Ribeiro fez o paulista Alex Ribeiro voltar pra casa mais cedo (vídeo abaixo).
Feminino – entre as damas da elite do surf profissional mundial, a etapa acabou em Margaret River com a vitória da australiana Tyler Wright, que ocupa atualmente a segunda posição do ranking mundial, antecedida pela norte-americana Courtney Conlogue, e seguida pela havaiana Carrisa Moore. Confira abaixo os melhores momentos da final entre as mulheres.
Ótimo artigo, completo e com argumentos com justificativa.
Esse “complexo” é algo extremamente cansativo, verdade seja escrita temos uma nova ordem no Surf Mundial… e até que os top’s brazucas reajam a mesma continuará incomodando e mostrando o seu valor.
Gostei muito do surf de Caio Ibeli, considero-o como candidato fortíssimo ao titulo de rookie de 2016.
Ítalo tá surfando muito, sua 1ª vitória no tour está muito próxima.
Essa foi a 3ª vez que encarou o Medina, levou as 3.
Alejo, Alex Ribeiro, Wiggolly ficaram devendo.
No RJ com a trupe completa, acredito em uma etapa incrível
Obrigado, Lucas, pelos comentários. Sem dúvida, esse complexo de vira-lata precisa deixar de existir. Engraçado que não ouvi ninguém dizer que garfaram o Julian Wilson em Margaret, kkkkkkkkk.
Eu como surfista iniciante e aprendiz em alguns momentos não concordo com algumas notas, mas temos que assumir que “De Souza”s, e “Medinas”s não iniciaram 2016 ainda.
Sobre “Toledo”s espero uma volta triunfal no RJ